sexta-feira, 12 de julho de 2013

Movimento sindical apresenta sua pauta em manifestação na capital federal

Manifestantes fazem ao final da marcha um ato em frente
ao gramado do Congresso Nacional (Foto: ANOTA)
por Almir Cezar, de Brasília

As centrais sindicais fizeram nesta quinta (11) um ato em Brasília levando a pauta de reivindicações da classe trabalhadora. Entre as cobranças levadas pelos cerca de 5 mil presentes, estava a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário e melhorias na saúde e na educação.

O movimento em Brasília não foi forte como em Porto Alegre, mas teve um impacto. Servidores da Universidade de Brasília (UnB) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário pararam.

Alguns trabalhadores de outras categorias, como correios, pararam por conta própria, mesmo sem nenhuma divulgação por parte do sindicato. Trabalhadores rurais, indígenas e estudantes também compareceram.

“Somos contra a política econômica do governo, que gasta metade do orçamento em dívida pública”, disse no carro de som Rodrigo Dantas, da CSP-Conlutas (Central Sindical Popular - Coordenação Nacional de Lutas). Para ele “o país vai mudar com a entrada em cena da classe trabalhadora”.

A crítica ao governo foi o tom da maioria das falas, tanto dos representantes de partidos de oposição (PSTU e PSOL) como até mesmo de sindicalistas historicamente vinculados ao governo.

Antes da manifestação unificada, servidores da Caesb (empresa de água da cidade), junto com o Movimento do Passe Livre (MPL) e outros movimento fizeram um ato em que a principal via da cidade, o Eixo Monumental, foi fechado por uma hora. Cerca de cem pessoas compareceram. Famílias do MST também ocuparam a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Pautas dos trabalhadores

Além de total liberdade de expressão para partidos e sindicatos, a manifestação teve como diferencial a pauta. Transporte, educação, saúde, combate a corrupção foram lembrados, mas o movimento sindical apresentou sua próprias reivindicações.

Entre elas está a redução da jornada de trabalho. Isto só aconteceu uma vez desde a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943: passou de 48 horas para 44 horas na Constituição de 1988. A tecnologia, ao invés de facilitar a vida dos trabalhadores, gerou desemprego. A redução seria um meio para que este desenvolvimento não gere apenas mais lucro para os patrões, mas também melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores.

Outra reivindicação é o fim do fator previdenciário. O governo Fernando Henrique Cardoso mudou em 1999 as regras para a aposentadoria. Além de chamar aposentado de “vagabundo”, o então presidente criou entraves para quem quer se aposentar.  O pretexto seria o suposto “rombo na previdência”. Pelas contas do movimento sindical, o “rombo” não é causado pelas aposentados, mas pelo desvio do dinheiro da previdência para pagamento da dívida pública. O PT, depois de 10 anos de governo, mantém o fator previdenciário.

Outra reivindicação é o cancelamento da reforma da previdência feita em 2003. Segundo o Supremo Tribunal Federal no julgamento do chamado “mensalão”, ela foi aprovada mediante compra de votos de deputados. Isto abre margem para que a reforma que prejudicou milhões de servidores públicos seja anulada. 

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