segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Notícias do movimento sindical combativo na UFTM

Especial para ANotA

Após anos de inércia, devido orientação/referências políticas equivocadas, o movimento sindical dos trabalhadores técnicos administrativos (TAE), ou seja, dos servidores federais da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), situada em Uberaba/MG - depois da recente vitória nas eleições do Sinte-med pela da Chapa de Oposição apoiada pela CSP-Conlutas - começa a dar sinais de mudanças.

Atos contra a terceirização do Hospital Universitário via EBSERH, democratização e ampla divulgação das assembleias, apoio à luta dos estudantes, luta pela implementação da jornada de trabalho de 30 horas, eventos de formação política-sindical para diretoria, participação de eventos da FASUBRA (Federação de Sindicato de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), além de preparativos para a realização de uma forte greve geral da categoria, foram algumas das realizações da nova diretoria do Sinte-med que tomou posse no final de 2013.

TURNOS CONTÍNUOS COM REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

Uma das bandeiras levantada pela direção do Sindicato é a implementação da jornada de trinta horas para todos os servidores da Universidade. Combatida por setores reacionários da sociedade, a proposta para a redução da jornada dos técnicos administrativos para 30 horas de trabalho semanais - inclusive, mas não só, do pessoal lotado no Hospital das Clínicas - acaba sendo benéfica não apenas para o servidor, mas para a qualidade do serviço público e para o próprio usuário, pois não se pretende apenas a redução de jornada, mas também que toda a Universidade funcione em turnos contínuos, aumentando assim as vagas na Universidade Pública e o tempo de atendimento da população em todos os seus setores.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Governo cede à pressão e corta mais o Orçamento para pagar juros

Estados gastam acima da receita, a culpa é da dívida pública

por Almir Cezarda sucursal Brasília

Esta semana foi anunciado que quase a metade dos estados gastaram em 2013 acima das suas receitas. As agências de risco ameaçam rebaixar nota da dívida do Brasil. Sob pressão do mercado financeiro o governo federal corta mais no Orçamento de 2014, ampliando o superávit primário "economia" para pagar juros. Serviços essenciais e o funcionalismo público ficarão mais à míngua. Porém, o grande culpado, diferente do que diz a mídia e parte dos economistas, é a própria dívida pública.

Rombo nos estados - No começo da semana (segunda-feira) foi divulgado que metade dos estados brasileiros fecharam 2013 com gastos acima da receita. As dívidas estaduais aumentaram a ponto de inviabilizar as metas oficiais de superávit primário que é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros economia para o pagamento dos juros da dívida pública.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Os desafios estratégicos que a polarização social coloca para a esquerda brasileira

por Rodrigo Dantas, professor de  filosofia social da UnB
especial para a ANotA

(Foto: ANotA)
Após anos de crescimento econômico e estabilidade política, o país caminha para uma situação de polarização social. A corrupção e a impunidade generalizadas, o desgaste dos governos, do regime político e suas instituições, a violência policial, a privatização e a falência dos serviços públicos (saúde, transporte, educação, etc.), a concentração de terra, riqueza e poder, as péssimas condições de vida nas grandes cidades, a precarização e superexploração do trabalho, o endividamento e o aumento do custo de vida, tudo isso formou um caldo de insatisfação crônica e generalizada, pronto a explodir como uma panela de pressão. 

Por detrás dos pretextos que possam aparecer como detonadores dos diversos tipos de protestos, o que age nos subterrâneos da história é a percepção difusa das contradições, desigualdades e antagonismos sociais que se consolidaram ao longo da história de um país de origem colonial, genocida e escravocrata. O mesmo mal-estar social que foi adormecido pelas esperanças suscitadas pelos governos do PT entrou em combustão espontânea desde as jornadas de rua que sacudiram o Brasil em junho de 2013.
  
Até aqui a única resposta dos governos às reivindicações da população foi a violência policial. As reivindicações levantadas pela população desde as jornadas de junho foram até aqui ignoradas pelos donos do poder, que não parecem dispostos a ceder em nada sem antes tentarem retomar o controle da situação pelo emprego sistemático da violência estatal, amparado pela operação midiática destinada a desinformar, desorganizar e aterrorizar a população. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Visita do Barco do Greenpeace a Cozumel

Conhecendo o Rainbow Warrior III

por Ana Beatriz Serpa, direto de Cozumel (México)
especial para a ANotA

Rainbow Warrior III em Cozumel
Um dos três barcos do GreenPeace, o Rainbow Warrior III (Guerreiro do Arco-íris), está fazendo um tour pelo México, e neste fim de semana fez sua penúltima parada na Ilha de Cozumel. Como eu estou por aqui há algumas semanas fazendo um trabalho voluntário, foi assim que nos encontramos! (risos)

O tour tem como objetivo fazer a campanha “Tierra Sana, Gente Sana” – Terra saudável, gente saudável – contra a utilização de sementes de milhos transgênicas  -  O milho é a base da alimentação do país – e a utilização de agrotóxicos. A campanha exige do presidente, Enrique Peña Nieto, que pare de subsidiar o essas práticas e passe a promover a agricultura ecológica.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Abra o olho, você está sendo usado! O que a mídia não fala sobre as mortes nas manifestações

Ei, você aí que está revoltado com a morte do cinegrafista Santiago Andrade com um rojão disparado por manifestantes. Sua revolta é legítima. Mas você sabia:

1 – Que no mesmo dia da tragédia o camelô Tasman Amaral Accioly morreu atropelado depois de correr de uma ação truculenta da polícia para reprimir o protesto? A grande mídia até noticiou, mas deu a mesma importância?

2 – Que além do cinegrafista e do camelô outras 9 pessoas morreram durante as manifestações que ocorrem desde junho do ano passado? Uma dessas mortes foi a de uma gari que passou mal depois de inalar gás lacrimogênio lançado pela polícia. A grande mídia deu importância para isso?

3 – Que o Congresso Nacional está perto de aprovar uma lei que pode levar uma pessoa a ficar até 30 anos na cadeia por participar de manifestações de rua? Será que a grande mídia está fazendo este estardalhaço por comoção com a morte do cinegrafista ou por interesse na aprovação dessa lei?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

MPF denuncia seis por atentado a bomba no Riocentro ocorrido em 1981

Por MPF-RJ

 Para procuradores, crimes são imprescritíveis e penas máximas
 podem passar de 66 anos de reclusão

(Foto: Rodrigo Noel)
   O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou seis pessoas por envolvimento no atentado a bomba ocorrido nas dependências do complexo Riocentro, em Jacarepaguá, no dia 30 de abril de 1981, durante a realização de um show para comemorar o Dia do Trabalhador. Na ocasião, uma das bombas carregadas pelos denunciados explodiu no colo de um dos criminosos no momento em que se aproximava de carro do complexo. Outra bomba foi lançada na subestação de eletricidade do Riocentro, com o objetivo de cortar a energia. A ação dos militares pretendia causar pânico e terror na plateia do show e na população, atribuindo falsamente o atentado a uma organização da militância contra o regime de exceção, e assim, justificar um novo endurecimento da ditadura.

   O coronel reformado Wilson Luiz Chaves Machado, vulgo "Dr. Marcos", o ex-delegado Claudio Antonio Guerra e os generais reformados Nilton de Albuquerque Cerqueira e Newton Araujo de Oliveira e Cruz foram denunciados por homicídio doloso tentado (duplamente qualificado por motivo torpe e uso de explosivo), por associação criminosa armada e por transporte de explosivo. Newton Cruz foi denunciado ainda pelo crime de favorecimento pessoal. O general reformado Edson Sá Rocha, vulgo "Dr. Silvio", foi denunciado por associação criminosa armada e o major reformado Divany Carvalho Barros, vulgo "Dr. Aureo", por fraude processual. As penas de Wilson Machado, Claudio Guerra e Nilton Cerqueira podem chegar a 66 anos e 6 meses de reclusão, e a de Newton Cruz a 67 anos. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Para o 'AI-5 do século XXI', somente uma resposta: Povo na Rua!

por Adriano Espíndola Cavalheiro, de Uberaba (MG)
Especial para ANOTA

Lei Antiterrorismo é associada como "AI-5 Padrão FIFA"
(ARTE: capa do Correio Braziliense)
No momento em que escrevo este texto, fevereiro de 2014, estão sendo debatidas no Congresso Nacional brasileiro, propostas que não apenas tipificam como crime de Terrorismo as manifestações sociais, mas endurecem as leis vigentes, em mais uma tentativa de criminalizar as lutas dos trabalhadores, da juventude e do povo de maneira geral.

Mesmo antes da aprovação destas leis, conforme manifesto que percorre a internet contra a aprovação das mesmas, no Brasil “inúmeros militantes de movimentos sociais foram e estão sendo, através de suas lutas cotidianas, injustamente enquadrados em tipos penais como desobediência, quadrilha, esbulho, dano, desacato, dentre outros, em total desacordo com o princípio democrático proposto pela Constituição de 1988”.

Entretanto, o debate no Congresso Nacional e pelo Governo do PT (com apoio dos partidos da base aliada e da oposição, como por exemplo PSDB, Democratas, PSB), quase 50 anos depois do Golpe de 64 e exatamente 25 anos desde a promulgação da ‘Constituição Cidadã’, de propostas de recrudescimento das leis punitivas - o que podemos chamar de AI-5 do século XXI - não tem outro objetivo senão o  de frear as manifestações sociais em curso no Brasil, desde de junho do ano passado.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ato contra aumento de passagens reúne mais de 2500 manifestantes

Protesto no Rio foi marcado pelo luto, pela irreverência e 
pelo clima calmo, apesar da presença ostensiva da Polícia

por Rodrigo Barrenechea, editor



Mais um protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus no Rio; os atos se intensificaram desde que o prefeito Eduardo Paes autorizou o reajuste acima da inflação, de R$ 2,75 para R$ 3,00. Desta vez, mais de 2.500 pessoas andaram no fim da tarde desta quinta, da Candelária até a sede da Prefeitura, na Cidade Nova. 



A irreverência marcou o ato, com os manifestantes perguntando "Onde está o meu cachê?", em alusão ao depoimento do suspeito preso no caso Santiago Andrade - segundo ele, partidos de esquerda financiariam as manifestações por meio de "ajuda de custo" aos ativistas.


Ao passar próximo à Central do Brasil, local da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, os manifestantes fizeram silêncio em luto não apenas por Santiago, mas também pelo camelô atropelado no mesmo dia, assim como por todos os mortos desde o ano passado.

O ato terminou pacificamente, sem bombas nem repressão, apesar do forte aparato policial presente na do início ao fim do protesto.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma nova etapa na história do país se abriu em junho de 2013

Rodrigo de Souza Dantas, professor de filosofia política na UnB
Especial para a ANOTA 

As manifestações de massa que varreram o país em junho de 2013 refluíram nos últimos meses, mas deixaram suas marcas. Após um longo período de refluxo, a indignação com a corrupção generalizada dos governos e das instituições do regime político, com a situação falimentar dos serviços públicos e a violência policial empregada contra as manifestações tomou as ruas espontaneamente a partir de convocatórias nas redes sociais. Às vésperas da Copa do Mundo e das Olimpíadas, tudo indica que o período de crescimento econômico e estabilidade política que caracterizou os dez anos de governo do PT em aliança com a burguesia chegou ao fim. 

A conjuntura que começa a se desenhar indica que estamos no limiar de uma nova etapa na história do país, que promete ser marcada pelo acentuado desgaste dos governos e do regime político, pelo esgotamento do modelo econômico neoliberal estabelecido no país desde os anos 1990, pelo declínio da hegemonia petista sobre a classe trabalhadora e por um crescimento das lutas e das mobilizações de massa, sem que ainda se tenha no horizonte a perspectiva estratégica de uma alternativa concreta de poder.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ato em defesa do jornalismo de qualidade reúne dezenas na ABI

Atividade contou com diversos representantes da categoria

Por Rodrigo Noel, editor

No início da noite de hoje (11/01), as entidades que representam os comunicadores fluminenses - jornalistas, radialistas e fotógrafos - realizaram um importante ato em solidariedade e em defesa dos jornalistas, contra a violência.

Para Paula Máiran, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, a política de segurança do governo Sérgio Cabral segue sendo um empecilho à liberdade de expressão e ao livre exercício da profissão: "Não é fácil ser jornalista no Rio", afirmou.

Máiran disse ainda que o sindicato entrou com uma representação no Ministério Público do Trabalho contra a Rede Bandeirantes de Televisão, pois existem indícios que Santiago Ilídio acumulava funções, além da já denunciada falta de equipamentos de proteção individual.

Nós, da ANotA, nos solidarizamos com a família do cinegrafista Santiago Ilídio e exigimos a punição dos governos Cabral/Paes e da Rede Bandeirantes de Televisão, verdadeiros responsáveis pelas duas mortes em virtude da tragédia ocorrida no ato do dia 6 de fevereiro.

Atualizado às 17:30h (12/02/2014).

Nota da ANotA em solidariedade à família de Santiago Ilídio

Queremos prestar nossa solidariedade a família de Santiago Ilídio, cinegrafista do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que veio a falecer na manhã de ontem (10/02) em decorrência de graves ferimentos durante a cobertura da manifestação pela redução do valor das passagens e por mais qualidade no transporte público.

Santiago foi mais uma vítima da truculência dos governos que seguem aumentando seu nível de repressão as manifestações desde as jornadas de junho de 2013. Além de Santiago, um senhor de idade morreu atropelado no mesmo dia, em decorrência 
do "corre-corre" provocado pela truculência policial no ato realizado na Central do Brasil.

Nas manifestações de rua, os profissionais da imprensa (seja da grande mídia ou midiativistas) são rotineiramente agredidos, em sua imensa maioria, pela polícia militar do
Rio de Janeiro, como demonstra levantamento feito pela ABRAJI.

Responsabilizamos os governos Cabral e Paes, através da repressão, e as empresas da grande mídia, por não oferecerem equipamentos adequados de proteção ao trabalhador, por mais essa fatalidade. É com infelicidade que lembramos a todos e todas que esse é mais um caso na Bandeirantes do Rio de Janeiro, já que em 2011 o também cinegrafista Gelson Domingos da Silva morreu durante uma cobertura jornalística em que a PM invadiu a Favela de Antares, na Zona Oeste do Rio.

As passagens aumentaram. Dois trabalhadores morreram. Os senhores de gabinete sorriem.

ANotA - Agência de Notícias Alternativas

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Verão, inflação e 'isoporzinho'. Agora o brasileiro vai a rua protestar contra a cerveja cara

por Almir Cezar, da sucursal Brasília

Banner convocando o 1º evento 'Isoporzinho' em Niterói.
Contra alta dos preços surge mais um protesto alternativo.
Falaremos aqui sobre o verão. Não do calor e da diversão das férias no campo ou na praia com a família e amigos, mas os preços. O quão alto se tornam nesse período produtos banais, como bebidas e alimentos, a chamada “inflação das férias”, ou de verão - que é acima da média, até para quem não viaja. E nesse ano esta foi ainda pior, idas aos bares e boates vêm ficando proibitivos. Porém, ao contrário do passado, que o consumidor só reclamava ou apenas deixava de comprar, o que por si só possivelmente não resolveria o problema, agora por várias cidades as pessoas vêm se juntando para realizar um tipo novo de protesto, o 'isoporzinho',  em que cada um leva o que vai tomar "fugindo" ou se manifestando contra o abusivo dos preços.

Com o começo do ano, além do pagamento dos impostos anuais, como IPTU, IPVA, e itens tradicionais dessa época, como matrículas e material escolar, etc, todos reajustados, os trabalhadores precisam se deparar com os custos das férias, que estão acima da inflação. Essa alta não é impressão dos consumidores no verão. Itens tradicionais do verão, como guloseimas, lazer e viagens, subiram mais que a inflação oficial, o IPCA, entre 2012 e 2013. Um outro índice de inflação, o INPC, que mede preços para famílias com renda até cinco salários mínimo, essa semana foi divulgado de que ficou em 0,63% em janeiro deste ano. A inflação dos produtos alimentícios ficou em 0,86%, enquanto os não alimentícios tiveram alta de preços de 0,53%. E com a proximidade do carnaval a situação provavelmente ficará ainda complicada para os veranistas e foliões. 

A causa da inflação dos itens de férias e do verão pode ser medida no preço do coco, um item típico do período, que "inflaciona" nessa época. Há poucos meses nos pontos mais baratos estava a R$3,00 agora não menos de R$3,50 ou mesmo a R$4,00. O problema não é no campo - para especialistas, o coco fica quase 15 vezes mais caro até chegar à praia. Os produtores, curiosamente não vêem boa parte desse lucro da cadeia e estão sofrendo com o preço baixo. Quem acaba ficando com a maior parte do lucro são as outras partes dessa cadeia, tanto o intermediário quanto o comerciante. Os intermediários, que levam o coco da fazenda até os centros de distribuição, ganham de três a quatro vezes em cima do produtor.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Raquel Sheherazade, adote um miliciano!

por Ademar Lourenço, de Brasília
 repórter da ANOTA

A bola da vez das redes sociais foi a declaração da jornalista Raquel Sheherazade defendendo a ação de um grupo de justiceiros que prenderam um adolescente de quinze anos em um poste. Muita gente defendeu a jornalista e seu discurso de “legítima defesa coletiva”. Na verdade o que ela fez foi defender bandidos mais perigosos que qualquer adolescente infrator: os milicianos.

A ação das milícias não tem nada a ver com legítima defesa. Uma coisa é a atitude do pequeno comerciante da periferia de Brasília que recentemente amarrou uma pessoa que tentou roubar sua loja e entregou o meliante para a polícia. A polícia estava em greve, o comerciante foi diretamente agredido e a reação não foi além da necessária para deter o roubo. Essa atitude, extrema e desesperada, é diferente da atitude dos grupos que “fazem a justiça” de vários bairros Brasil afora.

As milícias são um dos principais problemas do país. Quem viu o filme “tropa de elite 2” ou conhece lugar com atividade miliciana sabe do que eu estou falando. Eles extorquem a população local, muitas vezes dão cobertura para o tráfico e frequentemente agem como assassinos de aluguel. Agem de acordo com interesses obscuros. É difícil imaginar que eles não estejam a serviço de gente poderosa, que quer lucrar com a tal “segurança particular”. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Crise na segurança pública em Brasília: nada de novo no "Quadradinho"

por Franklin Rabelo de Melo*, de Brasília
especial para a ANOTA

Outdoor pivô de polêmica divulgando à população do
processo de mobilização dos PMs e bombeiros chamada de
"operação tartaruga" (Foto: Agência Brasil)
Domingo (02/02) morreu um menino de cinco anos atingido por duas balas na cabeça, em mais um triste episódio da onda de violência que assola o DF. Porém, Pedro Henrique morava na Estrutural, uma das cidades mais pobres do DF, e por isso sua morte não será lembrada por pessoas vestidas de branco, que fazem passeata em frente à residência oficial do governador. Enquanto isso, Agnelo endurece com a mobilização da PM  [entenda o processo no final do artigo], se recusando a negociar e não reconhecendo o direito legítimo de organização sindical dos policiais. Esse é o retrato de um PT que se construiu nas greves, nas lutas e mobilizações, e hoje assume a mesma postura autoritária de seus antigos algozes.

A escalada da violência no DF tá dando o que falar. Teve até matéria no Jornal Nacional. Porém, nada de novo para quem mora no Quadradinho. Para quem é de fora e ainda não conhece, existem duas brasílias: a brasília sueca, de quem mora em lugares como o Lago Norte e o Sudoeste, toda branquinha, aspone, com IDH de país nórdico e que é contra a construção de creches e quadras esportivas nas vizinhanças para evitar a circulação de gente diferenciada; e a brasília subsaariana, que fica lá pras bandas da Estrutural e do Sol Nascente, preta e nordestina, terceirizada-subcontratada-por-conta-própria, a brasília das cidades-dormitório e do ônibus lata de sardinha.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Crise chega aos emergentes. Vêm aí aumentos no juro, dólar e inflação e mais arrocho fiscal

por Almir Cezar, da sucursal Brasília

Fuga de capitais das economias emergentes, deixando-os
 às voltas com o aumento do juro, do preço do dólar e da
 inflação e, pior, promessas de arrocho fiscal dos governos.
A principal notícia da semana passada foi a crise que se espalha pelos países emergentes, com desvalorização de suas moedas e fuga de suas bolsas de valores em meio à crescente desconfiança dos investidores internacionais, combinado ao anúncio do governo americano de reduzir seu programa de compra de títulos do tesouro nacional. As economias emergentes estão às voltas com o aumento do juro, do preço do dólar e da inflação e promessas de arrocho fiscal dos governos.

Os países emergentes, principalmente os BRICS (bloco de países formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), durante a primeira fase da crise econômica mundial sofreram pouco com o “furacão” e serviram de “porto seguro” para os capitais, enquanto EUA e Europa afundavam. Agora, os grandes bancos e investidores internacionais, em meio à crise fiscal, inflação e crescimento econômico baixo, têm dúvidas com relação a esses países, especialmente com a impressão que os EUA e a Europa já teriam passado pela sua pior fase e haveria outros países mais "interessantes".

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Pelo direito de amar, de ser respeitado e feliz: criminalização da homofobia já

Por Adriano Espíndola Cavalheiro,  
Especial para a ANOTA - Agência de Notícias Alternativas
  
A reação ao beijo de Félix e Nico na novela 'Amor à Vida' é
reflexo da homofobia que permeia a sociedade brasileira.
Lutar para que o respeito aos gays não fique na ficção.
Pasmem, mas o Brasil é o país onde há mais assassinatos de homossexuais no mundo. Em 2012 foram 338 assassinatos; em 2013 mais de 300. Em 2014, apenas no mês de janeiro, mais de 30 gays e lésbicas foram assassinados.

Essas mortes são resultados de uma sociedade onde a homofobia oprime aos LGBT’s (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Simpatizantes) nas escolas, no trabalho, na família, na igreja e nas esquinas escuras das pequenas cidades ou largas avenidas dos grandes centros urbanos, o que é um absurdo inominável pois os LGBT’s lutam apenas pelo direito de amar e de serem respeitados enquanto seres humanos.

No Brasil, mesmo depois de cerca de 25 anos de redemocratização e quase 12 anos de governo de um partido, refiro-me ao PT, que dizia combater toda a forma de opressão, se você ofender alguém por causa da cor da pele, chamando a pessoa de macaco, preto safado, etc., estará cometendo crime racismo, o qual é imprescritível e inafiançável, medida que, vale dizer, é mais do que correta. Contudo, se você chamar um gay de “pecador nojento”, “promíscuo sujo”, “viadinho”, “mulherzinha”, em vez de ser punido, será visto por muitos como defensor dos bons costumes e a moralidade.