quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sem a Reforma Agrária, apesar de arrocho, a inflação abaixa pouco e PIB desse ano deve ser o menor desde 2009

por Almir Cezar, da Sucursal Brasília
da Editoria de Economia

O Banco Central no relatório de inflação divulgado nesta segunda baixou um pouco sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país - recuou de 6,4%, em junho, para 6,3%, percentual ainda próximo da meta desse ano (6,5%), apesar de meses de adoção de fortes medidas anti-inflacionárias, que causam colateralmente queda na atividade econômica.

Todas as medidas macroeconômicas ortodoxas, desde ajuste fiscal (corte dos gastos públicos) ou arrocho monetário (elevação da taxa de juros básicas) ao invés de combater a inflação empurra o país baixa na taxa de crescimento do PIB. O Brasil continua convivendo com uma pressão inflacionária estrutural, real motivo da persistente inflação interna e impassível de ser remedia por uso dos juros.Isso continuará acontecendo enquanto o país não fizer de fato a Reforma Agrária.

Inflação

Se por um lado, a inflação oficial divulgada pelo IBGE em setembro chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, portanto acima do teto da meta (6,5%). Apesar da safra agrícola recorde novamente esse ano, segundo os dados divulgados pela CONAB, a maior pressão sobre a inflação foi justamente do grupo alimentação, com destaque para as frutas (crescimento em uma mês de 2,3%), mostra inclusive pesquisa da FGV. Nos últimos 6 anos, a inflação no Brasil é maior do que média mundial e maior do que a mediana mundial em nove anos. Pelo mundo, acontece de fato uma deflação (queda perigosa nos preços).