quarta-feira, 27 de abril de 2016

Medidas econômicas do novo governo Temer são versões pioradas de Dilma

por Almir Cezar Filho, da Redação (RJ)

Vice-presidente Temer e presidente da FIESP Skaf
Foto: EBC
Aprovado a admissibilidade do impeachment da presidente da República Dilma Roussef (PT) pela Câmara dos Deputados e dada como certa seu afastamento pelo Senado, seu vice-presidente Michel Temer (PMDB) já vai montando sua futura equipe de governo e as primeiras medidas econômicas. Porém, as propostas do novo governo Temer que circulam pela mídia são versões pioradas das medidas do governo Dilma e não atacam as verdadeiras causas da crise econômica.

Além da provável volta à equipe econômica de figurinhas do mercado financeiro já carimbadas nos governos Lula e Dilma, como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Entre as medidas de Temer estariam a suspensão do aumento real das despesas de custeio, das demais despesas discricionárias, da realização de concursos, da contratação e criação de cargos, de aumento real de salários dos servidores públicos e, inclusive, de aumento do salário mínimo. Ainda se defende a necessidade de uma “reforma fiscal”, com destaque para a reforma da Previdência. Essas e outras propostas, já vinham tramitando no Congresso Nacional por obra da ex-base de apoio ao governo Dilma, como um projeto de lei que limita o crescimento do gasto público nos próximos anos.

Porém, mantem-se intacta a dívida pública, que consome metade do Orçamento. Por sua vez, as desonerações e isenções tributárias dos grandes negócios sem contrapartida social, além da corrupção, consomem uma parcela menor, mas tão significativa, impedindo assim os tão necessários gastos sociais e investimentos nos serviços públicos e infraestrutura.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

No Pará, a aula hoje foi nas ruas!

Estudantes secundaristas do Pará, realizam ato contra a redução de carga horária de disciplinas e o fechamento de turmas.

 por Wellingta Macêdo, direto de Belém do Pará

Os estudantes das escolas públicas brasileiras vêm desde o ano passado, dando um exemplo de luta e organização por uma educação pública gratuita e de qualidade. Os exemplos de São Paulo, com as ocupações de escolas que se espalharam por todo país tendo repetição em estados como Minas e Goiás, o exemplo agora do Rio de Janeiro, com escolas ocupadas, demonstram que o projeto da “Pátria Educadora”, alardeado pelo PT e Dilma Roussef e implementado pelos governos estaduais, é uma falácia e um ataque brutal nos sonhos da juventude brasileira que deseja uma educação pública de qualidade.

No Pará, não é diferente. O governo de Simão Jatene do PSDB, vem desde o ano passado tentando aplicar um plano de Reorganização das Escolas Estaduais, nos moldes do que tentou Alckmim em São Paulo. Esse plano consiste no fechamento de turmas e realojamento de alunos para outras escolas. E agora tem mais uma novidade: A redução de carga horária dos professores das disciplinas de História e Geografia, sem conversar com a categoria e com os estudantes, num claro exemplo de autoritarismo do governo.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Colóquio Relações Internacionais e Marxismo abre chamada para envio de artigos

Colóquio acontece nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro de 2016 - UFRRJ/UFRJ


A corrente marxista ocupa uma posição marginal nos debates tradicionais sobre Relações Internacionais. Quando não ausente, aparece diluída em outros matizes de pensamento, incluída no campo residual das teorias críticas. Porém, desde o início dos estudos das RI, no período do pós-Primeira Guerra Mundial, os estudos marxistas (e as lutas revolucionárias) se voltavam à temática internacional com, por exemplo, as teorias clássicas do imperialismo. Já no pós-1945, as reflexões teóricas e as lutas avançaram para além da Europa, com as teorias da dependência na América Latina, e os movimentos de descolonização e de autodeterminação, sobretudo, na África e na Ásia. A emergência da periferia enquanto centro de resistência e de transformação marca as discussões sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, divisão internacional do trabalho, as leituras da formação histórica do sistema capitalista, até os atuais debates sobre globalização, empresas multinacionais, a natureza e papel do Estado no capitalismo, hegemonia, contra-hegemonia e o império americano. Tudo isso compõe o vasto horizonte marxista de pensamento sobre a esfera internacional, formando os elementos para a desta área de conhecimento.



Desde os anos 1970, pesquisadores latino-americanos e brasileiros se tornaram figuras de destaque na corrente marxista da Teoria da Dependência e na Teoria do Sistema-Mundo. Contudo, isso não levou a uma assimilação mais sistemática e profunda na academia brasileira das proposições dessas teorias. A ausência da perspectiva marxista como paradigma legítimo das Relações Internacionais enfraquece a capacidade de elaboração de alternativas para a atuação internacional de um país dependente, como o Brasil. Esta limitação é, ao mesmo tempo, causa e efeito de uma identificação da intelectualidade de Relações Internacionais e dos operadores de política externa brasileira com o centro hegemônico estadunidense, sua teoria e prática, sendo uma barreira à construção de uma nova identidade profundamente latino-americanista, terceiro-mundista e ligada às causas populares de todo o mundo.